sexta-feira, 3 de julho de 2009

TANJORE SUBALTERNA





É uma partida que deixa marcas invisíveis. É uma viagem e uma chegada sem história. É um recomeçar com nostalgia. Thanjavur (ou Tanjore) é vítima de Rameswaram, tal como o templo Brihadishwara é sacrificado por causa dos templos de Khajuraho. Deambulamos por um Património da Humanidade legado pela dinastia Chola com a sensação de dever cumprido. A massiva escultura de Nandi, o touro de Shiva, parece conotar a nossa pacatez com um desinteresse afrontador. Confundimos o bafo quente solar com a exalação furibunda do animal de 25 toneladas e fugimos para os longos corredores repletos de lingas (falo de pedra que simboliza Shiva), que nos recordam que esta é uma nação de falsa castidade. Deixamos o recinto do templo para nos misturarmos com as famílias que passeiam pelos jardins Shivaganga, mini-zoo a que não falta o kitsch dos pavões à solta. O fim de tarde representa o cerrar de um ciclo. A nossa pele ainda está impregnada do cheiro a maresia de uma praia de pescadores.

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