terça-feira, 14 de julho de 2009

ÍNDIA: PARTE DE UM MUNDO


Tentar apresentar graficamente o trajecto indiano é tarefa complicada. O mapa mal cabe no ecrã, é preciso dividir a Índia por Sul e Norte para conseguir que apareçam as cidades por onde andámos. Esta dificuldade é semelhante à de programar uma viagem pelo subcontinente. Com tempo contado, é preferível escolher uma área geográfica limitada. Aparte o avião, as deslocações são simplesmente demasiado demoradas para conseguir abranger todos os pontos de maior interesse. Fica por isso uma sensação de projecto incompleto, pelos lugares a que não fomos mas também pelas vivências que apenas conseguimos aflorar. A Índia, ainda mais que outros destinos, precisa de tempo. A apresentação é rápida, brutal e exigente. Mas a digestão é lenta. Quanto à compreensão, será tarefa para o resto da vida e, se possível, novas incursões. Porque há algo neste mundo à parte que fica incrustado na nossa pele e mente. Como uma tatuagem invisível. Resistente e, quem sabe, irresistível. Porque fica a dúvida e ao mesmo tempo a vontade de um dia aqui voltar.

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