segunda-feira, 27 de julho de 2009

MEMÓRIA DE ELEFANTE


Quase noutra “vida”, já aprendera o que era andar de camelo num deserto da Índia. Agora chegou a vez de andar de elefante numa floresta da Tailândia. O animal, visto de perto, tem um porte assustador. A partir de uma plataforma elevada, incitam-nos a passar para o banco empoleirado no dorso. Receamos colocar o pé na testa do paquiderme, com medo de o magoar. A nossa ingenuidade é exposta quando nos dizem que o domador do elefante irá sentar-se precisamente na testa. Pisamos uma superfície dura e áspera. Sentados como marajás, impressiona-nos a estabilidade do elefante, mesmo a descer declives acentuados. As inclinações e oscilações resultam numa sensação de mini montanha-russa. Ao longo do trajecto, somos incitados a comprar bananas para os elefantes “ficarem felizes”. Adquirimos um cacho na primeira “estação de alimentação” mas nas cinco paragens subsequentes rejeitamos o negócio paralelo para extorquir mais bhats aos turistas. Condicionado para levantar a tromba na nossa direcção, o elefante pede a guloseima sempre que paramos num posto de abastecimento. Quando percebe que não tem sorte, mostra o desagrado ao enveredar por caminhos fora do trilho habitual. O guia-domador também não fica contente com o trabalho acrescido. O safari ganha energia. Gostamos deste elefante “indomável”, zangado com portugueses que lhe negaram as bananas-sobremesa.

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