terça-feira, 7 de julho de 2009

MONTE LAVA-PECADOS




Almoçamos no Hotel Ritz por 240 rúpias (pouco mais de 3,5 euros) antes de rumar até Chamundi Hill. O trajecto ascendente é efectuado por curvas tortuosas e de visibilidade nula. Os motoristas de auto-riquexó utilizam a largura inteira da estrada, em trajectórias de corrida de fórmula 1, demonstrando confiança extremada de que não aparecerá nenhum camião ou autocarro em sentido contrário. No topo da colina, os macacos centram atenções empoleirados nas torres do templo Chamundeswari. Descobrimos que a descida de um caminho de mil degraus supostamente lava todos os pecados. Ajuntamos as energias restantes para a peregrinação que permite observar uma Mysore distante, plantada no meio de uma extensa planície. Recuperamos fôlego dentro de um auto-riquexó que desce vertiginosamente o monte. Antes das curvas, o jovem ao volante aperta uma buzina típica dos velhos calhambeques. Atrás de nós, duas colunas vibram com canções de Bollywood. Jantamos no requintado Park Lane Hotel para esquecer nova rábula com o preço da corrida, o taxímetro que não funcionava, as três vezes que o jovem “não percebeu” qual o hotel para onde queríamos ir. Os nossos tímpanos recuperam lentamente da agressão musical. Dormimos embalados e com a alma lavada de pecados, prontos para iniciar o grande trajecto final.

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