quarta-feira, 29 de julho de 2009

PULSEIRA MÁGICA

A nossa viagem é, sobretudo, humana. Compõe-se de luz e trevas, alegrias e tristezas, exultações e desesperos. Os cordéis brancos que trouxemos enrolados nos pulsos de Doi Suthep, transformam-se num bem precioso. A pulseira rafeira emana uma espécie de paz a que podemos agora recorrer nas horas de aflição. Tenho medo de a esgarçar embora saiba que um dia ela acabará por romper-se. Resisto à tentação de não a molhar enquanto tomo duche de forma a preservá-la. Gosto da sensação daquelas voltas de fio molhado a secar junto à minha pele. E não perco a hipótese de a molhar no riacho que temos de atravessar por uma “ponte” de troco de árvore, a caminho da etapa que culmina a nossa excursão: o “rafting” em jangada de bambu. A descida revela-se o momento mais contemplativo do dia. A água límpida em que navegamos contrasta com a água barrenta do Ganges que me deixou durante dias com uma sensação de ardor na pele da mão. Aqui reina a natureza imaculada, num silêncio decomposto apenas pelo canto dos pássaros. Um ínfimo rápido aumenta a adrenalina e molha-nos os pés, os rabos e as pulseiras. Chegámos salvos e muito sãos ao final do “parque de diversões” de Chiang Mai. É tempo de partir.

Sem comentários: