sábado, 25 de julho de 2009

MERCADOS TEMÁTICOS


No que toca a picante, a Tailândia tem tudo. Os trajectos nocturnos até à imensa feira ao ar livre (bijutaria, roupa, calçado, estátuas, DVDs, lanternas, binóculos...) levam-nos a passar por bares de strip e salões de massagem. Expostas à porta, jovens tailandesas incitam os farang (turistas) a entrar. Mesmo com a AV ao lado, há mulheres que se dirigem a mim. Uma delas agarra-me o braço: “Come in! Come in!” Em Chiang Mai não se vêem homens ocidentais sozinhos. Aqueles que não têm a mulher ou namorada ao lado, estão acompanhados por uma tailandesa. Ou duas. O contraste com a Índia é enorme. De um sítio onde a sexualidade vive encapuçada, em que o toque público entre homens e mulheres é praticamente uma impossibilidade, passamos para uma nação que parece o prostíbulo do mundo. Aqui na Tailândia tudo é claro: o sexo existe e não é pecado. Como num quadro de Toulouse-Lautrec.
Um cartaz a anunciar Thai Boxing gratuito distrai a nossa atenção deste mercado sexual. Entramos numa galeria coberta. Ao longe, iluminados por holofotes brancos, dois pugilistas enfrentam-se. O corredor está ladeado de bares pejados de mulheres de roupas curtas que incitam a libido. O olhar das tailandesas questiona a presença da AV. Chegados ao pé do ringue, encontramos os pugilistas espojados em cantos opostos. Somos o único público presente e eles não parecem inclinados a retomar à luta. Regressamos à guesthouse e relemos com outra consciência o aviso colocado na parede: “No prostitutes allowed.”

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