quinta-feira, 7 de maio de 2009

GAVETAS MALEÁVEIS


Retira-se a roupa das gavetas e começa o jogo de xadrez. A adição de um casaco de malha pode implicar o sacrifício de uma t-shirt ou uma toalha inocentes. Medem-se importâncias na escala do vestuário. Surgem argumentos racionais sobre tipos de clima e épocas do ano. Instala-se uma guerra feroz pelo espaço exíguo. As vítimas mortais são jogadas para o chão ou devolvidas ao local original. Os feridos convalescem num canto da cama, expectantes por um resgate. O monte das peças vitoriosas representa um ínfimo conjunto de privilegiados; o conteúdo de duas mochilas cabe num tampo de mesa. Ainda assim, as gavetas sorriem. Vão suportar uns meses menos pesados.

2 comentários:

Unknown disse...

E, claro, levámos coisas que vieram recambiadas na primeira expedição de correio (a tua protecção lombar!! eheheeheh) e não levámos outras que fizeram falta (uma lanterna boazinha em vez de duas das lojas dos chineses que se desmontaram irremediavelmente logo na Índia).
Se fosse hoje, com certeza que o conteúdo das mochilas diferiam um pouco. Mas, na base, estava lá tudo. Por acaso nem nos saímos muito mal!
Mts***
AV

Paulo M. Morais disse...

e o creme da barba dos chineses? áspero mais áspero não há! mas o tubo era pequenino. :-)