sexta-feira, 22 de maio de 2009

FORTE RUBOR






A visita ao Forte de Agra é interrompida por jovens indianos que querem tirar o retrato ao lado da ocidental de pele branca. Acedidos os primeiros pedidos, a simpatia é confundida com permissividade. Chovem novas solicitações de fotografia: individuais, em grupo, com braço ao ombro... Acossada, a Andreia resolve a situação com um “no more” decidido. A perseguição prossegue e é preciso uma posição e voz mais vincada para a terminar. Na Índia, a “sobrevivência” do viajante parece indissociável de manter inviolada a fronteira invisível que o rodeia e lhe permite respirar. Os turistas “profissionais” despejados de autocarros de ar condicionado sabem-no bem. Depois da visita ao monumento, apressam-se a reentrar no rectângulo asséptico. É a partir da janela que compram as lembranças aos vendedores de rua. Nós, intrépidos ou inconscientes, adensamo-nos no labirinto de ruas de terra batida à procura de uma mesquita.

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