domingo, 24 de maio de 2009

REDENÇÃO ALVA


Passadas as barreiras primárias – bilheteiras e controle policial – o Taj Mahal esconde-se atrás de um comprido muro avermelhado que circunda o recinto. Percorremos com excitação os metros que faltam até ao pórtico de entrada. O primeiro impacto tem algo de sobrenatural. Ao encarar o famoso objecto branco, ainda à distância, estacamos numa observação fascinada que dura alguns segundos eternos. É madrugada e os ínfimos visitantes movem-se como sombras. À medida que nos aproximamos, tem início uma dança de descobertas que só terminará ao pôr-do-sol. Surgem inscrições do Corão a negro, flores e motivos geométricos coloridos. O mausoléu erigido em nome do amor muda de personalidade consoante as diferentes intensidades da luz solar. A arquitectura redonda e feminina emana de todos os ângulos o sindroma da beleza simétrica. O Taj Mahal é um cliché. Concreto e justificado. Mas com um preço alto a pagar. Felizmente, já podemos partir.

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