
Adeus. Abraços longos, beijos, lágrimas. Seria ridículo dizer “até já”. Mas diz-se, a camuflar a empreitada que de repente se fez gente. Tem a forma de um gigante disfarçado de montanha inexpugnável ou rio raivoso. O colosso afinal tem pés de barro. Adeus. Estatela-se com estrondo quando entramos no avião. Não estamos numa gruta escura como breu. Abunda a azáfama. O movimento do arco-íris em forma de vestes relembra um caleidoscópio. Adeus. Aos saris junta-se o burburinho de conversas imperceptíveis e o aroma de especiarias. Somos dois e apertamos as mãos. É mesmo verdade. Começou. Mas leva tempo a esquecer os adeus em forma de até já.
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