segunda-feira, 29 de junho de 2009

RAMESWARAM REMOTA


Uma via estreita e longa, paralela a uma linha de comboio quase assente sobre água, desemboca em Rameswaram. Estamos numa ilha remota, apartados dos percursos dos turistas ocidentais. A insularidade tem custos e não há variedade de hospedagem. Ficamos no “pomposo” e estatal Hotel Tamil Nadu. O quarto espaçoso permite acomodar duas pessoas mais uma família de osgas, esquadrões de melgas e exércitos de formigas gigantes. Ao princípio, ainda convocamos uma mortandade dos rastejantes. Um funcionário desinfesta o quarto com uma bomba manual como se estivesse a espalhar insecticida num campo de cultivo. Os corpos tombados são varridos e o nosso descanso atormentado por imaginarmos quanto karma negativo acumulámos. Horas depois, as formigas restabelecem as vias de comunicação e reocupam as posições perdidas. Rendemo-nos a este poderio militar e partimos à caça de comida. O restaurante do hotel é espaçoso como uma cantina mas a ementa subordinada ao arroz sambar: versão branco, verde ou vermelho. Mas no meio de tudo isto, respira-se uma calmaria inusitada.

Sem comentários: