sábado, 13 de junho de 2009

ESTAÇÃO-BARATA



Como se fossemos pilhas recarregáveis, um dia lá sentimos que chegou a hora de nos desligarmos de Palolem. Aproveitamos já com nostalgia os últimos raios de sol. Temos comboio aprazado para as 0h30. A estação está quase deserta. Na sala de espera, os funcionários agrupam-se em redor da televisão para assistirem a um filme. Desta vez a história é intrincada. Parece que mete vingança e violência à mistura e bem que gostava de ter coragem de aplicar alguma às baratas que rondam os nossos assentos. É o bicho que mais me repugna. Procuro um refúgio santificado mas uma delas olha para mim e começa a rir-se. Não constituem um exército numeroso, mas espalharam-se bem pelo terreno. Resta-me andar de olho nelas e controlar os respectivos movimentos. Ainda bem que o filme é um bocado imperceptível, assim não perco nada de especial. A noite vai alta mas está calor. Contamos os minutos de atraso do comboio. Pela frente, esperam-nos 15 horas de viagem até Cochim. De preferência sem animais rastejantes.

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