quarta-feira, 3 de junho de 2009

KHAJURAHO OBSCENA




As ruas de Khajuraho estão repletas de hotéis, restaurantes e lojas de artesanato. Atravessá-las é ter de responder ininterruptamente aos chamados de “come my shop?”, “[to] look is free”, e à eterna frase de início de conversação: “Hello sir, how are you? Where you from?” O principal conjunto de templos encontra-se num parque ordenado que destoa do resto de Khajuraho. Rotulados de património da Humanidade pela UNESCO, os edifícios foram construídos no século X pela dinastia Chandela. Muitos turistas são atraídos pela curiosidade da junção de religião com esculturas de cariz sexual. Aproveitamos o momento de descanso mental proporcionado pelo parque. Partimos à descoberta das paredes laterais e semi-escondidas onde homens e mulheres se entregam aos prazeres carnais, sob um olhar complacente das divindades hindus. Em versão estátua, está claro. A malícia encapuçada serve bem a esta Índia falsamente casta onde, no espaço público, é proibido o contacto entre homens e mulheres. Nem sequer umas mãos entrelaçadas.

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