terça-feira, 9 de junho de 2009

PÔR-DO-SOL MASALA


Os dias passam sem resistência. Terminaram os “where you from”, os “buy this, is cheap”, os “rickshaw, sir?”. Passeamos pelas Fontainhas, gastamos tempo na livraria do centro, visitamos a beira-rio. No velhinho cinema Ashok suportamos mais de duas horas do filme Garam Masala. Em hindi, sem legendas, mas com uma “história” facilmente perceptível que envolve, está bem de ver, namoricos abundantes (e lascívia q.b. mascarada de dança). No ecrã, abundam a alegria, beleza e bem-estar. Mas já se sabe, há sempre outro lado. Neste caso, são os cadeirões almofadados puídos do balcão em que nos sentamos. Somos inundados por comichões. Está escuro pelo que não conseguimos confirmar as impressões de bichinhos a cirandar pelas nossas pernas. As palmas e os gritos vindos da plateia reactivos aos acontecimentos na tela, ajudam a distrair-nos. Depois do final feliz ainda saímos a tempo de ir assistir ao pôr-do-sol a Dona Paula. De mãos dadas, somos apenas um casal entre numerosas famílias e pares de namorados indianos que fazem romarias à romântica baía. O nosso final de dia é devidamente kitsch como numa película de Bollywood.

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