segunda-feira, 1 de junho de 2009

COOPERAÇÃO CATALÃ


As deslocações na Índia distam das imagens maravilhosas e estéreis dos folhetos de agência. Dito isto, há quem transite em autocarros de luxo ou contrate motoristas privados para a circulação no subcontinente; quem viaje em primeira classe nos comboios ou sobrevoe por avião as agruras desta nação. No resto, tudo é de uma exigência extrema. A saída de Varanasi envolve compras atribuladas de bilhetes de avião e comboio. Noites mal dormidas por causa de negócios “impingidos” como a melhor – e única -- solução. E trajectos impacientes de riquexó com volumosos molhos de notas no bolso, acabadinhas de retirar de uma caixa automática, para remediar o previamente mal acordado. No comboio para Satna regressa a confusão com os assentos que de noite se transformam em preciosas camas. Desta vez o alvo é um catalão. Jordi viaja sozinho. No transbordo já sai com a companhia de dois portugueses. Na plataforma direccionam-nos com gritos até ao autocarro que está de partida para Khajuraho. Corremos desenfreadamente e entramos. Jordi aperta-se no banco traseiro e nós algumas fileiras à frente. Durante o percurso procuramos o olhar do espanhol. Queremos acreditar que ganhámos um aliado para a última etapa desta batalha feroz do norte indiano.

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