quinta-feira, 1 de outubro de 2009

SUITE-PESADELO


De novo no quarto, ainda com os sentidos em estado de alerta, a AV repara que as garrafas de água do nosso frigorífico, embora de marcas diferentes, têm rótulos iguais. Uma inspecção pormenorizada revela que os invólucros estão todos violados. Alastra-se o medo. Desço para requisitar os nossos passaportes, retidos na recepção “para o caso de a polícia querer confirmar os nomes dos turistas no livro de registos”. Com maus modos, concedem-me o pedido após alguma resistência. Assustados com este novo mundo, adormecemos silenciosos num quarto gigante com TV que não funciona, a pensar no que nos poderia ter acontecido se bebêssemos aquela água engarrafada da torneira. Acordamos de madrugada, ávidos de nos submetermos às travessias mortais das ruas de Hanoi, para nos livrarmos da nossa suite-pesadelo.

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