quarta-feira, 30 de setembro de 2009

HANOI FEROZ





Descemos para o nosso primeiro jantar vietnamita. Ao passar pela recepção somos arrebanhados à força por uma senhora que nos dispara viagens, excursões e bilhetes por todos os poros. Escapamos sem comprometimentos para nos depararmos com desafio ainda mais difícil: atravessar uma rua no Vietname. As motas são o principal veículo de transporte mas aqui, ao contrário da Tailândia, não param nem abrandam para deixar passar os peões. Ficamos petrificados durante algum tempo a ver o trânsito passar. Depois observamos como os locais superam o obstáculo: simplesmente começam a andar em linha recta, num passo lento mas decidido, até chegarem ao outro lado da rua. O segredo parece estar em nunca parar e confiar de que os condutores, ao verem os peões, alterem as rotas em conformidade. Testamos. O coração aos pulos, as pernas titubeantes, a cabeça a mandar correr ou parar perante o enxame de veículos de duas rodas que se aproxima ameaçadoramente. Percebemos que a hesitação pode ser a morte do artista. O instinto de sobrevivência impõe-se. E atravessamos a estrada em passo determinado, com os olhos postos nos nossos adversários.

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