sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A FERA MOSTRA AS GARRAS





É mais fácil falar do que fazer. As querelas na Índia parecem contos infantis perante a nossa tentativa de escapar do nosso magnífico alojamento. O funcionário mostra descontentamento. Pago a conta com uma nota de dólar. Devolvem-me o troco em moeda local mas a um câmbio exorbitante. Recupero a nota de dez dólares e digo que afinal pago em Dong. Vejo o rosto dele irar-se até explodir num “You make me ANGRY!!!”. Noto a aproximação de mais um funcionário. Digo-lhe para se acalmar. E relembramos-lhe as garrafas de água abertas e a possibilidade de chamarmos a polícia. Furibundo, aceita o pagamento no câmbio correcto e justo. Saímos do hotel-pesadelo para as ruas cinzentas de Hanoi. O céu encoberto, juntamente com o nosso estado de espírito, não permite que as cores locais sobressaiam. Deambulamos pelas ruas a pensar que o Vietname parece um tigre feroz e ameaçador. E então descobrimos um hotel familiar, onde nos acolham com simpatia. O nosso quarto é esconso, apertado e escuro. Mas não destila hostilidade. Recuperamos forças para a longa caminhada que nos espera até ao magnífico Museu das Mulheres, tributo ao espírito aguerrido da mulher viet em tempos de guerra ou de paz. Felizmente que a nossa nova anfitriã juntou o sorriso às qualidades guerreiras inatas.

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