sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ESTRADA-SERPENTE





Partimos num autocarro de aspecto indiano. E hábitos semelhantes. No tejadilho empilham-se mercadorias e motas. Os bancos do autocarro enchem-se rapidamente, mas a cada nova paragem “descobrem-se” lugares extra mediante a colocação de pequenos banquinhos de plástico no corredor. As janelas só abrem uma frincha e os estofos estão gastos e rotos. Quando o veículo começa a marcha, descobrimos a razão para se perspectivarem nove horas na ligação de Luang Prabang a Phonsavan. Circulamos a 20 ou 30 quilómetros por hora e mesmo assim o oscilar do autocarro chocalha violentamente tudo o que carrega no interior. Mesmo assim, gostaríamos que o condutor abrandasse quando entramos numa estrada-serpente montanhosa. Ouvimos o chiar dos pneus a travarem nas curvas sinuosas. Lá fora vislumbra-se um abismo demasiado próximo. A melhor descontracção é apreciar a paisagem. Até porque durante as paragens forçadas, olhar para o motorista debaixo do autocarro é menos apaziguador do que virarmos a face para este Laos de vegetação exuberante e selvagem.

Sem comentários: